O reitor da Universidade de Aveiro e presidente do Conselho de Reitores, Prof. Doutor Paulo Jorge Ferreira, expressou hoje o seu descontentamento em relação à comunicação feita pela Embaixada dos Estados Unidos, que condiciona a continuidade de financiamento à resposta a perguntas “intoleráveis”. Em uma declaração oficial, o reitor lamentou os termos utilizados pela Embaixada e reafirmou o compromisso da Universidade de Aveiro em promover a liberdade acadêmica e a diversidade de ideias.
A polêmica começou quando a Embaixada dos Estados Unidos enviou um comunicado às universidades portuguesas, incluindo a Universidade de Aveiro, informando que o financiamento para projetos de pesquisa e intercâmbio seria condicionado à resposta a perguntas consideradas “intoleráveis”. Segundo o comunicado, essas perguntas dizem respeito a temas sensíveis, como a política externa dos Estados Unidos e a sua relação com outros países.
O reitor Paulo Jorge Ferreira considerou essa comunicação como uma tentativa de limitar a liberdade acadêmica e restringir o debate de ideias dentro das universidades portuguesas. Ele afirmou que a Universidade de Aveiro sempre foi um espaço aberto para o diálogo e o confronto de ideias, e que não irá se submeter a qualquer tipo de censura ou imposição externa.
Além disso, o reitor destacou que a Universidade de Aveiro tem uma longa tradição de cooperação com instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos, e que essa parceria é fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Ele ressaltou que a troca de conhecimento e experiências entre as duas nações é benéfica para ambas as partes, e que não pode ser prejudicada por questões políticas.
O presidente do Conselho de Reitores, que representa todas as universidades portuguesas, também se manifestou sobre o assunto. O Prof. Doutor António Fontainhas Fernandes afirmou que a comunicação da Embaixada dos Estados Unidos é inaceitável e que as universidades portuguesas não irão se curvar a qualquer tipo de pressão externa. Ele reforçou a importância da autonomia universitária e da liberdade de expressão para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa em Portugal.
A comunicação da Embaixada dos Estados Unidos gerou uma onda de indignação entre a comunidade acadêmica portuguesa. Várias universidades, incluindo a Universidade de Aveiro, emitiram notas de repúdio e manifestaram o seu apoio à autonomia universitária e à liberdade de pensamento. Além disso, estudantes e professores organizaram protestos pacíficos em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa, demonstrando a sua insatisfação com a postura adotada pela instituição.
Diante dessa situação, o reitor Paulo Jorge Ferreira convocou uma reunião com os representantes da Embaixada dos Estados Unidos para esclarecer os termos da comunicação e reafirmar a posição da Universidade de Aveiro. Ele espera que esse encontro possa resultar em um entendimento mútuo e no respeito à autonomia universitária e à liberdade de expressão.
Em um momento em que a cooperação internacional é cada vez mais importante para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, é fundamental que as universidades sejam espaços de livre pensamento e debate. A Universidade de Aveiro, assim como as demais instituições de ensino superior portuguesas, continuará a promover a diversidade de ideias e a defender a liberdade acadêmica, sem se curvar a qualquer tipo de pressão ou censura.