O ministério da Defesa turco indicou hoje em comunicado que pelo menos 25 combatentes curdos foram mortos nos ataques.
Em Qamishli, norte da Síria, pelo menos seis civis foram mortos hoje pela aviação turca, de acordo com um responsável hospitalar local que se exprimiu sob anonimato. O Observatório sírio de direitos humanos (OSDH), uma organização sediada em Londres mas com uma ampla rede de colaboradores no terreno, também confirmou a morte de seis civis.
O OSDH também revelou que outros 11 civis foram feridos nos bombardeamentos aéreos turcos.
Segundo o Observatório, a Turquia efetuou 124 ataques no norte da Síria em 2023, com um balanço de 92 mortos.
No sábado passado, o ministério da Defesa turco confirmou uma primeira uma operação aérea “contra alvos terroristas no norte de Síria e do Iraque”, após a morte de 12 dos seus soldados em dois dias.
Os 12 militares foram mortos em dois ataques separados contra bases militares turcas na sexta-feira e no sábado no norte do Iraque, segundo um balanço do ministério, numa ação atribuída a combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia considerada um “grupo terrorista” pelo Governo turco e aliados ocidentais.
Em comunicado divulgado na sua página digital, o ministério precisou que “29 alvos, incluindo grutas, ‘bunkers’, abrigos, instalações petrolíferas e armazéns foram destruídos” no decurso da operação que decorreu “às 22:00 [19:00 em Lisboa] de 23 de dezembro”.
Alguns dos ataques no fim de semana atingiram instalações petrolíferas no nordeste da Síria, reduzindo a eletricidade em 50%, de acordo com a Administração autónoma do norte e leste Síria, uma autoridade dirigida pelos curdos locais e que a Turquia considera ser uma extensão do PKK, apesar de serem aliados dos Estados Unidos no combate ao grupo ‘jihdista’ Estado Islâmico (EI).
Através de uma declaração, a administração curda exortou à intervenção das Nações Unidas, ao considerar que os ataques curdos podem ameaçar a segurança da região. Disse ainda que um dos ataques atingiu um local perto da prisão Alaya em Qamishli, onde estão detidos membros do EI.
As Forças Armadas turcas, a segunda maior força militar da NATO, também efetua com regularidade operações militares terrestres e aéreas contra os combatentes do PKK e as suas posições no norte do Iraque, no Curdistão autónomo, ou na região montanhosa de Sinjar.
Nos últimos 25 anos a Turquia instalou dezenas de bases militares no Curdistão iraquiano para combater a guerrilha curda da Turquia, que também possui bases recuadas nessa região.
O PKK, que desencadeou em 1984 uma rebelião armada contra Ancara, reivindicou em outubro passado um ataque contra a sede do ministério do Interior turco em Ancara que provocou ferimentos em dois polícias e a morte de dois atacantes.
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